Escolha de Ensaios Não Destrutivos na Inspeção de Manutenção

27 junho, 2008

Por muitas vezes, o inspetor de equipamentos tem que realizar a escolha de um exame por ensaio não destrutivo para complementar sua inspeção e dar maior confiabilidade em seus laudos.

A escolha destes ensaios nas inspeções de manutenção possuí vários fatores, no qual pode até mesmo determinar diferentes ensaios nas diversas partes de um mesmo equipamento. Mas como forma de orientação, podemos considerar que os principais itens que influênciam essa escolha são:

  • ♦ Mecanismo de deterioração atuante no equipamento;
  • ♦ Dimensões da parte do equipamento que se deseja inspecionar;
  • ♦ Tipo de descontinuidade mais provável atribuída ao mecanismo de deterioração;
  • ♦ Características superficiais do local a ser inspecionado;
  • ♦ Propriedades metalúrgicas do material.

Assim, antes de escolher o Ensaio Não Destrutivo “END” é necessário conhecer os itens descritos acima. A tabela abaixo faz uma sugestão entre correlação usual entre mecanismos de deterioração, tipo de descontinuidade e “END” mais adequado para o caso.

 

MECANISMO DE DETERIORAÇÃO

TIPO DE DESCONTINUIDADE

LOCAIS MAIS PROVÁVEIS

“END”  MAIS INDICADO

Fadiga

Microtrincas superficiais

Pontos de concentração de tensões ( ex. soldas, ZTA de solda, canto reto de bocais, solda de suportes, etc.).

Partículas Magnéticas ou Líquidos Penetrantes.

Fluência

Trincas superficiais e deformações

Regiões de altas temperaturas com carregamento de tensões

Partículas Magnéticas ou Líquidos Penetrantes, Dimensional e Medição de Espessura.

Choque Térmico

Trincas superficiais e deformações

Locais sujeitos a grandes variações de temperaturas

Partículas Magnéticas ou Líquidos Penetrantes.

Corrosão Sob Tensão

Trincas superficiais

Pontos de concentração de tensões e meio propício ( geralmente locais com altas concentrações de cloretos)

Medição de Espessura ou Radiografia / Gamagrafia.

Corrosão

Perda de material

Frestas, sob depósitos, regiões com tensões diferenciais, bocais de pequenos diâmetros, locais com deficiência na proteção superficial.

Partículas Magnéticas ou  Líquidos Penetrantes e Medição de espessura.

Deterioração pelo Hidrogênio

Trincas superficiais e internas

Chapas com segregações, tensões diferenciais e dupla laminação.

Medição de espessura ou Radiografia / Gamagrafia.

Erosão

Perda de material

Regiões de mudança de fluxo, região com turbulência, bocais de pequeno diâmetro, e equipamentos que trabalhem com fluídos abrasivos.

Partículas magnéticas ou Líquidos Penetrantes, Ultrasom, Matalografia e Dureza.

Alterações Metalúrgicas

Trincas superficiais e internas e alterações micro estruturais

Pontos de concentração de tensão e ou regiões quentes

Partículas Magnéticas ou Líquidos Penetrantes, Ultrasom, Réplica metalográfica e Dureza.

Sobre Pressão

Trincas superficiais e internas

Pontos de concentração de tensões

Partículas Magnéticas ou Líquidos Penetrantes e Ultrasom.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tão importante quanto à escolha da melhor técnica de inspeção a ser adotada, é também a determinação de como o ensaio deve ser realizado. O detalhe de como ele deve ser realizado, depende basicamente das características físicas do equipamento e das descontinuidades que se pretende encontrar. Isso determina  o nível de sensibilidade que devemos atingir no ensaio.

Referência:

Vasos de Pressão – Apostila do Curso de Formação de Inspetores de Equipamentos da Transpetro – Silva, Sérgio Machado, 2007.

Apostila do Curso Preparatório para Qualificação de Inspetores em Líquidos Penetrantes – Fernandes, Marcos Antônio Trindade, 2008.